domingo, 14 de fevereiro de 2010

O papel das Estrelas (Fixas)

A sensação de maravilhamento ao fitar um céu pontilhado de estrelas nos acompanha desde as primícias da Humanidade. Mas também é impossível separar o sentimento de angústia que nos acompanha nessas ocasiões. Esta visão nos remete à sensação de afastamento, a mesma da Queda bíblica, em que fomos expulsos do Paraíso.
Nossos ancestrais olhavam para o céu para tentar responder aos seus anseios, suas dúvidas quanto ao seu papel neste mundo e, quem sabe, no Universo infinito que percebiam. De fato, estavam em busca de Luz e conhecimento.
Primeiramente, passaram a respeitar tudo o que viam na abóbada celeste; posteriormente, vieram a temer e respeitar, inscrevendo os seus mitos no céu. Era a maneira como percebiam a sua conexão com um Criador que, na visão dos antigos, abandonara a sua Obra à sua própria sorte.
O céu, as estrelas e demais astros representavam, de algum modo, uma relação visível com os seus deuses.

A verdade que os fenômenos dos céu sempre fascinaram a humanidade. Entender e compreender seus mecanismos e acontecimentos era como se estivéssemos tentando dialogar com os deuses, tentando reintegrar-se a eles.
De alguma forma, em algum recanto profundo da memória de nossas almas permanecia uma lembrança de sermos originários das estrelas.

Martinez de Pasqually, um importante místico do século XVIII, postulava que a Criação se deu em etapas. Em seu único livro, ele afirma que Deus criara os Arcanjos de 1ª Ordem com o único papel de criarem os Arcanjos de 2ª Ordem, sendo estes os responsáveis de fato pela criação do Universo conhecido. Assim que os Arcanjos de 2ª ordem tinham sido criados, Deus recolheu os de 1ª Ordem para si, de forma a criar um vazio entre Deus e a Criação.
No Antigo testamento existem várias referências que atestam o papel dos Anjos e Arcanjos e sua ligação com as estrelas. No Sepher Yezirah, há uma passagem que diz que o número de Arcanjos/estrelas é de 1021, bem próximo àquele postulado pelos astrônomos.

É fato que a Ciência não conseguiu chegar ao instante do Big Bang, apenas se alcançam os seus ecos frações de segundos após este evento dramático e catastrófico. Supõe-se que antes dele ocorrer, o Universo era escuro e sem eventos.
100 milhões de anos após o Big Bang, surgiram as primeiras estrelas, maciças e luminosas, representando a transição da escuridão para a luz. À medida que aqueciam e ionizavam os gases à sua voltam, também produziram os primeiros elementos pesados, que deram origem à formação dos sistemas solares como o nosso.
Num dado momento, essas primeiras estrelas foram se colapsando, dando origem aos quasares e buracos negros super maciços existentes inclusive no coração de nossa galáxia.
Portanto, podemos concluir que as estrelas são as fábricas do Universo, produzindo luz, energia e calor para que ele continue existindo. Em alguns casos, produzindo planetas e as condições necessárias para que a vida aconteça.
Presume-se que cada estrela, em razão de suas propriedades, produza diferentes proporções de elementos a partir de sua fusão. Em última hipótese, o Sol é responsável pelo DNA de tudo o que existe no Sistema Solar; o que contiver um DNA de diferente composição pertencerá a outra estrela.
Os Arcanjos não deixam de ser uma personificação adequada, uma vez que são representados como seres de luz e fogo.

No Tema Natal, as estrelas operam de uma maneira dramática e intensa, produzindo glória ou miséria, de acordo com a condição do tema e da natureza da estrela. Uma conjunção com uma estrela torna aquele indivíduo especialmente responsável diante do Universo e seu papel, perante a sociedade, se amplia, independente de ser um líder ou uma pessoa comum. Ele deverá atuar de maneira diferenciada, uma vez que é capaz de “canalizar” um tipo especial de energia proveniente do Cosmos.
Deverá ser acordado e tornar-se consciente de que possui uma missão e que contará com as bênçãos de Deus.

Bibliografia:
LARSON, B e BROMM, V: As Primeiras Estrelas do Universo. A Vida Secreta das Estrelas. São Paulo: Scientific American, 2001.
KAPLAN, Arieh: Sêfer Ietsirá. São Paulo: Sêfer, 2002.
OCHMANN, Horst. O Instinto Geométrico. Porto Alegre: Sulina, 2002.
PASQUALLYS, Martinets: Tratado da Reintegração dos Seres Criados. Lisboa: Edições 70, 1979.