terça-feira, 9 de março de 2010

Misticismo no século XXI (parte I)

Tudo o que é matéria (mater) tem começo, meio e fim, portanto, a humanidade, que começou a cerca de 200 mil anos atrás (Homo Sapiens) também terá um fim.
Primeiramente, vamos refletir a respeito de como somos recentes na Terra:
  • Formação da Terra: 4,54 bilhões de anos.
  • Surgimento da vida na Terra: 3,8 bilhões de anos.
  • Dinossauros: viveram até cerca de 65 milhões de anos.
A reflexão sempre fez parte da natureza humana. Assim, desde o princípio, o homem se sentiu impotente diante das forças na Natureza ou celestes (meteoros, cometas). Gradualmente, foram criando presságios ou sistemas de crenças.
Como saber é poder, aqueles que possuíam mais informação ou que adquiriam conhecimentos particulares (por qualquer intermédio), passaram a deter o papel de sacerdotes ou xamãs, exercendo seu poder inclusive aos dirigentes das clãs ou tribos.
Conforme a cultura ou o tempo, os nomes e atribuições dos deuses também se alteravam. E assim, várias mitologias coexistiram ao longo do tempo, sendo a origem de várias religiões atualmente consideradas pagãs.

Primeiramente, gostaria de citar que a Humanidade permanece perplexa e angustiada em relação aos eventos celestes e terrestres. Persiste o sentimento de estar apartado do Cosmo, de um distanciamento divino.
As mitologias de todas as partes tratam das relações entre deuses e homens, papel hoje atribuído às religiões. No fundo, o medo...
Hoje em dia, persistem vários medos. O final dos tempos é ainda um medo recorrente, várias catástrofes são indicadas para esta ocasião. Mas o medo da penúria é talvez o mais assustador, em razão de suas consequências no comportamento da humanidade.

Há aqueles que detem o dinheiro e exercem o poder a partir dele. Há ainda aqueles que detém o poder de gerá-lo e não apenas geri-lo.
Existem ainda aqueles que tem acesso a uma certa parcela desse "deus" moderno, e a "catástrofe" para eles e deixar de ter os meios de acessá-los através de uma ocupação remunerada.
Há ainda aqueles que não tem nenhum acesso ao dinheiro e vivem na mais completa miséria, dependendo da boa vontade alheia: a eles, apenas os velhos deuses podem satisfazer.

O misticismo velado ao longo dos séculos (ou milênios) associado aos acontecimentos naturais perde muito de seu sentido uma vez que são muitas as exigências desse "deus" moderno: produtividade e consumo.
A cada ano, consome-se 3,1 Terras e apenas uma parcela disso é renovável...

Porém, todos os "deuses" parecem coexistir na sociedade contemporânea. Entretanto, o que antes era divino, ou está na Internet, acessível através do Google, ou virou artigo comercializável (mercadoria).
É o medo e a angústia que fazem com que as religiões de catarse estejam se proliferando em todo o mundo. Mas também, nunca se perguntou tanto através de oráculos dos mais diversos sobre o que vai acontecer depois:
  • Vou comprar a minha casa?
  • Vou me casar?
  • Terei filhos?
  • Quando estarei novamente empregado?
É a mística da mãe, da mater, da matéria...
Aonde nos levará? A mãe foi feita para fecundar, gerar e nutrir... Este é o papel do planeta.
Quem fecunda a mãe é o pai, daí a predominância de deuses criadores masculinos.
Contudo, da mesma maneira que materializamos as nossas reflexões, exaurimos as possibilidades de nosso planeta.
No século XXI, milênio da Humanidade, é preciso recuperar com o coração o sentido místico, atuando pela manutenção e preservação de todas as espécies vivas, inclusive o Homo Sapiens.
Do contrário, estaremos acelerando o nosso fim e abreviando a nossa história no planeta.