domingo, 24 de abril de 2011

Páscoa, Carma e Evolução

É Páscoa... No entanto, ela é comemorada de maneiras diferentes em diferentes culturas.
No entanto, em seu cerne, encontramos uma mesma origem, que remonta ao período em que a humanidade necessitava de uma relação harmônica com a Natureza. Não é meu objetivo discutir sobre os aspectos históricos desta festividade ou de suas relações com outras culturas não cristãs ou judaicas.
Meu propósito é propor uma reflexão da responsabilidade que temos com a evolução do planeta. No comportamento e atitudes, nos últimos dois milênios, assemelham-se muito mais a vírus predadores, consumindo os recursos naturais acima de qualquer capacidade de renovação.

A individualidade faz parte do Homem e é por ela que evolui. Qualquer situação de atrito ou conflito decorre do choque de personalidades, seja no âmbito pessoal como no coletivo. Aprendemos que o atrito é uma das maneiras de obter energia. Acredito que ainda não evoluímos o suficiente para ainda dependermos do atrito (queimas) para movimentarmos a economia mundial.
Em sua origem, economia vem de administrar uma casa, um lar ou uma família, tendo uma orientação mais celular que orgânica. Assim, a evolução deverá obrigatoriamente ocorrer inicialmente nesta esfera antes de incidir no âmbito social e coletivo.
Porém, é por meio da individualidade que ela se processa, se organiza e se estrutura.

Duas expressões da moda são sustentabilidade e renovação (reciclagem). Esta última, implica numa cadeia cíclica, circular, que tem começo, meio, fim e regeneração, antes de um novo início.
As celebrações da Páscoa e do Natal tem em sua origem um culto à renovação da Natureza e o que ela proporciona ao Homem. Neste tempo, homens e mulheres celebravam ritos de passagem, conforme alcançavam certas etapas da vida orgânica. O batismo, a crisma e os rituais fúnebres são remanescentes deste antigos rituais de iniciação. O Homem contava o tempo de maneira circular, como tudo o que via à sua volta na Natureza (incluindo-se o Céu).
Sob esta lógica, pode-se afirmar que o Homem também se renova e evolui. Especialmente se considerarmos a sua parcela imortal denominada Alma (um atributo divino).

Sendo o Homem dotado de auto-consciência, é responsável por sua própria evolução. Esta se dá através da gestão de seus recursos pessoais. Porém, o Homem é um ser imperfeito em busca da perfeição (que ocorre através da substância e se expressa no plano da Alma).
O carma é um dos aspectos desta evolução, proporcionando a repetição de experiências que não foram corretamente assimiladas ou, o emprego inadequado (ou insuficiente) dos recursos à disposição.
Em nosso estágio evolutivo, ninguém se encontra livre de carma, com exceção dos seres santos. Ainda, carma é um assunto pessoal, absolutamente individual em sua manifestação, expressão e resultados.

O tema natal permite uma visão simbólica bastante aprofundada de cada um. E se houverem planetas pessoais em condição retrógrada, há uma condição cármica que precisa ser economicamente solucionada ao longo da vida, em busca da tal da evolução. O significado destes astros, bem como as suas zonas de sombra, oferecem a perspectiva de características pessoais que, mais que outras, levam à evolução.
A evolução de cada indivíduo é, portanto, muito mais que uma necessidade de natureza espiritual, mas sim, uma necessidade orgânica que envolve o ser e sua relação harmônica com o planeta.
Na Páscoa cristã, Jesus ressuscitou num corpo glorioso, superando a morte física, abrindo as portas para a evolução da Humanidade.